Dançar a Vida

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São Paulo, São Paulo, Brazil
Formado e atuando na área Ballet Clássico desde 2001, Professor de Ballet e Jazz, e iniciação Dança Contemporânea e dança de salão. Trabalhos ralizados: Arte Educador na prefeitura de Guarulhos Danças Populares Brasileiras, Prof. Ballet para Ginastas do Clube Palmeiras, Prof. de Expressão corporal para grupo de alunos da Escola de Música de Guarulhos, e prof. de Ballet e Jazz do Tênis Clube Paulista. Trabalhos Realizados: Coreógrafo da Cia de Dança Cadeirantes das Casas André Luiz. Participação em Eventos destinados a Dança em todo País, Coreógrafo no IV Encontro Internacional de capoeira( danças Folclóricas), Jurado em eventos, Realização de Estátua viva. Centro de Dança Yara Ciconni – 2010 Formação Ballet Clássico e Jazz Estudei na Escola Municipal de Bailado (Projeto dançar Teatro Municipal de São Paulo) no período de Fev à Dez. 2002, com início a Tècn. Clássica e Noções de Folclore. Há exatamente onze anos faço aulas de Ballet Clássico e Jazz junto ao Grupo de Dança Yara Ciconi ex- integrante do corpo de Ballet Clássico de São Paulo. Atualmente estudo Ballet Método Russo Centro de Dança Yara Ciconni e Studio Ana Esmeralda.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Ballet Para Adulto

Ballet - Permitido para Todos

Ballet – Permitido para todos

Desde que iniciamos os trabalhos de ballet com adultos, nos deparamos com uma realidade um tanto quanto perturbadora: O Preconceito. Não são poucos os emails que recebemos solicitando apoio e contando das barreiras que têm que romper todos os dias para realizar um sonho. Segundo o Dicionário enciclopédico:
“Preconceito. Do latim prejudicium, julgamento prévio. Designa um julgamento prévio rígido e negativo sobre um indivíduo ou grupo. As conotações básicas incluem inclinação, parcialidade, predisposição, prevenção. No uso moderno, o termo veicula muitos significados variantes. Comuns à maioria deles, contudo, são as noções de julgamento prévio desfavorável efetuado antes de uma exame ponderado e completo, e mantido rigidamente mesmo em face de provas que o contradizem”
E realmente, ainda hoje existe uma predisposição de que o ballet seja somente uma arte para poucos. Mas regras absolutas sobre a arte não sobrevivem ao tempo. São percepções específicas de cada época. Acreditar que essa mudança de percepção não existe seria renegar a própria realidade do ballet. Afinal, até 1680 o ballet era uma arte praticada exclusivamente pelos homens. As mulheres, quando inseridas no ballet revolucionaram essa arte, é verdade, mas essa mudança não faz parte do escopo deste artigo. Para revolucionarem o ballet, elas tiveram, num primeiro momento de serem aceitas como artistas. Esse é o ponto.
Um dos conceitos mais aceitos é de que a arte não possui uma utilidade específica, sendo um fim em si mesmo. É o que acontece com a Monalisa de Leonardo da Vinci. Não há uma utilidade específica para o quadro, o que não o impediu de ser um dos mais famoso da história da arte. No ballet as bailarinas e bailarinos tem toda uma vida de dedicação para despontar como primeiros e primeiras bailarinas das companhias de dança. Afinal, uma obra de arte só é reconhecida como tal quando inspira um dos sentidos do ser humano.
Mas eis que agora, mais de três séculos depois das mulheres serem aceitas no ballet, vemos uma nova mudança de percepção nessa arte. A introdução de uma finalidade específica ao ballet: uma atividade física regular, com benefícios comprovados, ao alcance de toda a população adulta.
E assim nasce o Ballet para Adultos.
Um adulto que pratica o ballet, não com o fim específico de se tornar a(o) primeira(o) bailarina(o), mas sim para ter um melhor qualidade de vida, não pode ser mais vítima de preconceitos. A arte do ballet, aliado ao benefício de uma vida mais saudável pode e deve ser incentivado. Todos só temos a ganhar com isso.
Para quem pratica o ballet adulto, nada pode ser melhor do que redefinir o corpo, recuperar parte de sua flexibilidade, da percepção espacial e coordenação motora e, acima de tudo, depois de algum tempo de prática, apresentar-se aos seus familiares e perceber-se como um artista, tendo a grande sensação de finalmente chegar a um estágio em que diz respeito ao relaxamento, o fluxo e a beleza da dança.
Para os que praticam o ballet desde sempre - onde me incluo há 25 anos - com o objetivo específico de serem bailarinos(as), os ganhos são ainda maiores. Inspirados pela arte do ballet, os adultos praticantes e seus familiares passarão a frequentar cada vez mais nossos espetáculos e academias. No ballet adulto, mais do que treinar pessoas, estaremos formando apreciadores desta arte. Num movimento cíclico e crescente.
Mas a realidade é muito diferente disto. Ditos profissionais de ballet, do alto de suas pontas, instalam o terror na sala de aula. Adjetivos nada agradáveis são proferidos como se deles pudesse se instalar uma certa “inspiração divina” e provocar o talento nos futuros bailarinos. E todo aquele que não puder controlar seu instinto primeiro e sair correndo, é porque não tem condições de servir ao ballet. Ato falho, pois o ballet é que deve servir à sociedade, e não o contrário.
Acreditar que transformar o ballet em uma arte ao alcance do todos acabaria por extinguir a arte seria, no mínimo, fechar os olhos à realidade atual. Não obstante, por analogia, podemos supor que o contrário (o ballet para todos) seria uma realidade muito melhor do que a que temos hoje. E com esta nova realidade somente não teríamos também, a arte, caso renunciássemos a um talento latente entre todos os novos bailarinos.
Todos, sem distinção, “podem” gostar do ballet. É nossa obrigação, como profissionais, “deixar” que todos gostem do ballet. Mas é nosso “dever”, enquanto seres humanos, apoiar todos os que queiram fazer do ballet uma atividade física regular ou um meio de expressar sua arte. A simples prática do ballet, por si só, traz inegáveis benefícios aos praticantes e à sociedade.
Quem pratica o Ballet Adulto não quer se tornar um profissional. Aos vinte a tantos a maioria das pessoas já tem sua profissão definida ou muito bem encaminhada. Procura, no ballet, uma forma de vivenciar o amor que tem ou que já tiveram algum dia pelo ballet. Não praticam o ballet com menos paixão que um profissional, apenas têm objetivos diferentes.
Apóie você também o Ballet para todos. Divulgue!

Uma campanha: Ballet para Adultos

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